Dislexia é um Transtorno de aprendizagem classificada no CID, que não afeta somente a linguagem escrita e oral.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, "A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas."
Alguns sinais da dislexia na idade escolar são:
Dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita;
Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
Desatenção e dispersão;
Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
Dificuldade na coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas etc.) e/ou grossa (ginástica, dança etc.);
Desorganização geral, constantes atrasos na entrega de trabalho escolares e perda de seus pertences;
Confusão para nomear entre esquerda e direita;
Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas etc.;
Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas;
Existem comorbidades (comorbidade é simplesmente a ocorrência de duas ou mais doenças relacionadas no mesmo paciente e ao mesmo tempo.) que acompanham alguns transtornos.
Podemos citar na Dislexia o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), a Discalculia e a Disgrafia.
Existem também comorbidades no âmbito emocional.
Devemos estar atentos ao que se apresenta nas dificuldades das crianças, muitas vezes os pais não fazem a relação de outros fatores que estão ocorrendo, levando em consideração somente a linguagem.
Neste artigo citaremos a discalculia.
Segundo Dr. Clay Brites, um dos maiores neuropediatras do Brasil, "A discalculia é a dificuldade que o aluno tem para aprender tudo que esteja direta ou indiretamente ligado a questões que envolvem números; tais como probleminhas, aplicação e conceitos matemáticos."
Crianças com discalculia do desenvolvimento têm dificuldades na intuição numérica, manipulação de quantidades, memorização dos fatos aritméticos e compreensão e aplicação dos conceitos e procedimentos matemáticos.
Para Professor Rafael Pereira, Neurocientista especialista em dislexia e discalculia, "Existem 6 tipos de discalculia: a discalculia verbal, a discalculia pratognóstica, a discalculia Léxica, a discalculia gráfica, a discalculia ideognóstica e a discalculia Operacional."
A discalculia ainda é pouco conhecida, estudos demonstram que 5% da população mundial tem este transtorno, mas como ele é pouco conhecido muitos educadores não tem conhecimento e instrumentos para identificar.
Alguns sinais da discalculia:
– A criança demonstra dificuldades para aprender a contar os dedinhos da mão. Seu progresso é aquém dos demais coleguinhas;
– O pequeno não reconhece os padrões menor/maior ou mais longo/mais curto;
– O aluno não consegue discernir os diferentes algarismos;
– O estudante não segue a ordem correta dos números (1 a 5, por exemplo).
– Problemas na aprendizagem de operações básicas, como adição e subtração;
– Não reconhece os quatro sinais utilizados no período acadêmico correspondente (+), (-), (x), (/);
– Usa os dedos para contagem simples por não ter facilidade para raciocinar.
– Dificuldades para compreender valores;
– Dificuldades para lidar com medidas;
– Situações corriqueiras como decifrar os resultados em um placar eletrônico;
– Não consegue olhar as horas em relógio de ponteiro;
Segundo Quézia Bombonado, Psicopedagoga, se a discalculia não for diagnosticada a tempo pode atrapalhar o desenvolvimento escolar de maneira mais ampla, afetando a sua autoestima, podendo desenvolver problemas de conduta, como por exemplo, pode se tornar apático ou desinteressado, torna-se inseguro, não acreditando em sua capacidade.
A criança pode desenvolver uma aversão por matemática ou a ansiedade matemática como descrito no artigo anterior.
Devemos ficar atentos e ao desconfiar procurar um profissional para fazer um diagnostico sério e identificar o grau de comprometimento e as subáreas da matemática que foram prejudicadas.
Referências
PEREIRA, Rafael Silva, RODRIGUES, Inês Salgado. Bateria de aferição de competências matemáticas. Editora Norma. 2013
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